Patricia Piccinini cria seres híbridos em esculturas hiper-realistas expostas em situações familiares e banais, impossíveis de deixar o público passível.
Piccinini nasceu em Freetown (Serra Leoa), filha de italianos, e há 30 anos vive na Austrália, o que a torna, aos 38 anos, um dos destaques de sua geração na terra dos cangurus.
"Em minhas obras não me interessa a humanidade das criaturas que realizo, tampouco busco realizar um julgamento moral sobre os transgênicos. O que me interessa é debater qual a nossa responsabilidade sobre eles. Estamos prontos para admiti-los como parte de nossa família?", questiona Piccinini.
"Meu trabalho é sobre o mundo em que vivemos. Quando vi o rato, em 1997, achei que tinha que dar uma resposta. Já lidamos com o artificial em nossos próprios corpos e foi isso que busquei apontar ao contrapor as duas imagens."
A inspiração para suas obras vem declaradamente da leitura da obra-prima de Shelley. "Li o livro há dez anos e nunca entendi porque Dr. Frankenstein nunca amou o mostro, sequer deu um nome a ele", diz Piccinini.
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